terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Introdução à carta aos Romanos

Romanos é de autoria do apóstolo Paulo, como registra o capítulo 1, versículo 1:  "Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para ser apóstolo, separado para o evangelho de Deus."

Paulo se apresenta como servo e atribui seu apostolado a um chamado especial de Deus e com um propósito definido: levar o evangelho, a boa nova, mas não qualquer notícia ou algo próprio, é de Deus a autoria do evangelho que Paulo transmite. Isto qualifica e determina a autoridade de seu ministério e da mensagem que o acompanha.

Paulo utiliza um escrevente para redigir a sua carta, que se apresenta no último capítulo, nas saudações fraternas aos irmãos de Roma:
"Eu, Tércio, que escrevo esta carta, vos saúdo no Senhor." Romanos 16.22
Pouco se conhece de Tércio nas Escrituras, este é o único momento em que há um registro dele, no entanto, certamente era um companheiro versado, crente e para quem Paulo compartilhou esta mensagem, que representa uma das grandes revelações de Deus sobre a Sua graça.

Quem são os destinatários? Romanos: 1. 7a. "a todos os que estais em Roma, amados de Deus, chamados para serdes santos..."
- Os que estavam em Roma, não indica, necessariamente, somente os nascidos em Roma, mas os que, por ocasião, estivessem vivendo nela. Por certo, havia judeus que viviam sob o domínio romano e até, possivelmente, alguns que deveriam servir ao Império, mas que foram atingidos pelo amor de Deus e chamados para uma vida separada, distinta e justa (está é a ideia de santo, que recai sobre todos os crentes, e não sobre apenas uma elite espiritual).

De certa forma, há uma transição de estilo literário com esta carta em relação aos registros anteriores dos evangelhos e de Atos dos apóstolos, os quais narram o ministério de Jesus e o início da igreja cristã. De Atos temos por um lado uma continuidade, pois este concentra, na sua maioria, o registro do ministério do apóstolo Paulo. Seria como se este fora boa parte do que ele fez e agora qual a visão de Deus que o tem impulsionado.

E vemos, no primeiro capítulo, o grande impulso para Paulo. Sua bomba* motivadora não era a carreira, nem o ministério, nem o reconhecimento, era o próprio Evangelho : "Porque não me envergonho do evangelho, pois é o poder* de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego." Romanos 1.16
Chamo de bomba motivadora, pois a palavra original para poder no vs.16, dinamos, do grego, que tem o sentido de força, poder, também deu origem à nossa palavra dinamite.

Paulo desejava ir a Roma compartilhar dons, ser mutuamente fortalecido na comunhão, compartilhar o evangelho (1:11-16), que é uma fonte inesgotável e poderosa, para pessoas de qualquer origem e, como vemos no penúltimo capítulo, tencionava também que os romanos o enviassem para pregar o evangelho na Espanha: "eu o farei quando for à Espanha; pois espero ver-vos de passagem e por vós ser encaminhado para lá, depois de ter gozado um pouco da vossa companhia." Romanos 15.24

Para embasá-los, Paulo apresenta um tratado sobre o evangelho, demonstrando a graça e a necessidade de salvação de todo homem e o caminho de viver pela fé e não pelas obras.

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